sábado, 13 de fevereiro de 2016

médicos da saúde

Outro tema importante apresentado à IX Conferência pela delegação
brasileira consistiu em tese sobre a univacinação contra a varíola, par¬
tindo-se da tese segundo a qual a imunização pela primeira vacina era definitiva:
"Que se sugere aos países americanos a conveniência de adotar na
profilaxia da varíola a prática de uma só vacinação, de acordo com os resultados
conclusivos da experiência brasileira" (Ata da IX Conferência, p. 204).
Houve controvérsia em relação à tese com contrapropostas apresentadas
por delegados de outros países, principalmente pelo sanitarista peruano

 Carlos Henrique Paz Soldan. No debate, afirmavam os delegados brasileiros a
tendência conservadora da saúde pública, que seria dominada pela tradição e
pela rotina. Por fim, os delegados aprovaram a seguinte deliberação:
AIX Conferência Sanitária Pan-Americana tem tomado conhecimento
pela qual recomenda a prática da univacinação antivariólica e concorda
submetê-la ao estudo das autoridades sanitárias dos países da América,
insistindo na conveniência de investigar os resultados da estatística de
revacinação. (Ata da IX Conferência, p. 269) clinica ginecologica


Durante o evento, apresentaram-se informes e aprovaram-se resoluções
sobre as seguintes doenças: febre amarela, varíola, alastrim (apresentada
pelo Dr. Roças a tese de sua autonomia como entidade mórbida), clinica de dermatologia
lepra (com destaque para a recomendação de que se proibisse o casamento
de doentes com pessoas sãs), doenças venéreas, peste (com voto de louvor
à OPAS e ao Dr. Long) e brucelose. Outro tema importante foi a profilaxia da
tuberculose, aprovando-se a seguinte resolução quanto à BCG: "a IX Conferência
Sanitária Pan-Americana, tendo em vista a escassa experiência sobre
vacinação BCG na maioria dos países da América, resolve esperar novas
observações e tratar o assunto na próxima Conferência Sanitária Pan-Americana"
(Ata da IX Conferência, p. 419). 






Nas décadas de 1930 e 1940, o Brasil progressivamente ocupa posição
de mais destaque na OPAS, O que culminou com a escolha de João de
Barros Barreto, diretor do Departamento Nacional de Saúde Publica, para
Vice-Diretor na X Conferência, realizada em Bogotá, em 1938.
Essa afirmação pode ser aferida inclusive pelo expressivo número
de artigos por ele publicados no Boletim e pelo destaque atribuído a suas
intervenções nas instâncias de deliberação da OPAS. Durante a 4ª Conferência
Pan-Americana de Diretores Nacionais de Saúde, Barros Barreto, destacou
o problema representado pela navegação aérea, indicando a necessidade de
modificar alguns aspectos do texto da Convenção Sanitária Internacional.
Manifestou também a preocupação do governo brasileiro com o tema da
nutrição.

O Brasil também se destacava em outros temas de menor expressão
na agenda tradicional de saúde pública, como o da higiene mental, sendo
apontado como um dos primeiros países na América Latina a criar o
Curso de Psiquiatria e o primeiro, em todo o continente americano, a fundar
uma sociedade nessa área: a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia
e Medicina Legal, fundada em 1907 (BOSP, ano 20, n.10, out. 1941).
As doenças transmissíveis continuavam, entretanto, a ser o destaque
nas notícias sobre o Brasil, que oscilavam entre manifestações de júbilo,
como, por exemplo, na manifestação oficial da OPAS diante do sucesso da
campanha de erradicação do mosquito Anopheles gambiae, e o registro de
surtos epidêmicos de outras doenças, como a epidemia de poiliomielite em
1939, no Rio de Janeiro, uma das mais severas registradas no Brasil (BOSP,
ano 20, n.10, out. 1941).

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